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Um dia, num livro, percebi que minha vida poderia ser diferente. Que eu poderia ser livre e ter sonhos.

Para mim, que estava com nome no SPC e devia um ano de salário ao banco, parecia  impossível.

Num livro vi um gráfico, para quem entende de matemática perceberia que se tratava de um gráfico de função exponencial. Ele relacionava dinheiro e tempo, traduzindo um conceito simples, o de que, com muito tempo e com pouco dinheiro, qualquer pessoa poderia acumular 1 milhão de reais.

Êpa? Como assim?

1 milhão?!

Pois é.

É claro que depois o livro explicava que você teria de ter certo rendimento na aplicação dos recursos ( 1% ao mês, pelo menos, o que por si só já era, e ainda é, bem difícil), e deveria considerar a inflação do período, que não seria nada desprezível. Mas mesmo assim, o que foi muito impressionante e, por isso mesmo, transformador, foi a mera existência da possibilidade.

Meus pais eram de esquerda, lutaram contra a ditadura militar e sempre me disseram que era impossível ser rico por meio do trabalho honesto. Riqueza era para os capitalistas que, ou nasciam ricos, ou,depois de anos explorando os trabalhadores, se tornavam abastados de maneira torpe.

Na época, dezembro de 2002,  morava em Santos e trabalhava em São Paulo. Ia e voltava todos os dias. Acordava às 5:00 e voltava às 20:00, exausta. Ia de ônibus fretado e para passar o tempo na viagem, comecei a levar livros para ler. Um dia, peguei este livro que estava num canto de minha estante, Investimentos do Mauro Halfeld. 

Lembro que me sentia presa num trabalho e num tipo de vida que odiava por causa das dívidas e de meus diversos compromissos financeiros. Trabalhava tanto apenas para pagar aos outros, nada sobrava para mim mesma, nem mesmo para pequenos agrados. Me sentia como no mito de Sísifo, subindo minha enorme pedra durante todo o dia apenas para vê-la deslizar novamente e ter que subí-la no dia seguinte e no outro e no outro, num tormento sem fim.

Assim, naquele gráfico eu enxerguei pela primeira vez uma saída e adquiri um sonho, não de iates, jatinhos ou jóias mas sim de liberdade.

 

Falo muito de dívidas e da dificuldade de fazer o salário durar o mês inteiro. De como é difícil ver que o pagamento mal caiu e já foi engolido pelos juros, taxas e limites e que não há mais nada para passar o mês. Situação muito comum e muito aflitiva.

Porém existe outro quadro bastante corriqueiro e bem menos desesperador que pouco discuto, a do empate. O empate ocorre quando a renda total empata com as despesas, ou seja, a pessoa não deve nada, não entra no cheque especial, não tem dívidas no cartão, porém também não poupa nada pois não há sobras.

 

Roseli Braga, de 37 anos é assim. Não tem dívidas ruins, está quitando seu apartamento financiado mas não possui investimentos. Disse que desde que me conheceu anda refletindo sobre suas finanças pessoais e não sabe como fazer sobrar dinheiro ao final do mês.

O problema justamente é esse, esperar até o final do mês. Se fizermos isso provavelmente, não sobrará. Sempre surgirão situações que nos levarão a gastar se houver saldo na sua conta. As tentações são muitas e é difícil resistir.

Eu pago ao meu futuro, primeiro. Como tenho problemas de autocontrole e preciso de planilhas, sei exatamente quanto vou precisar para passar o mês e pagar minhas despesas.  Sendo assim, tudo o que passar deste valor poderá ser investido. Mas isto tem que ser feito no dia do pagamento, ou seja, assim que recebo, já faço a transferência deste excedente para a corretora em que faço meus investimentos. Bem longe de minha conta corrente e de meus gastos diários.

A porcentagem varia mas procuro guardar pelo menos 10% de meus rendimentos e faço isto todos os meses. Você pode começar com 2, 5% e ir aumentando aos poucos. Ao mesmo tempo, procure conhecer as modalidades de investimento existentes para ir amadurecendo melhor seu plano para o futuro.

 

 

Sou investidora em ações desde 2008 e entrei direto no meio da maior crise do mercado em muitos anos, a do subprime americano. Era interessante lembrar como todos a minha volta diziam que não se devia entrar naquele momento pois talvez estivéssemos diante de um ciclo de baixa severa, uma nova grande depressão e que talvez, como na década de 30, o mercado e as bolsas levariam 10 anos para se recuperarem. Sério, ouvi isto de um economista em um programa de tv.

Mas por acompanhar o mercado como observadora há 8 anos, desde que, ao buscar ajuda para resolver um problema com dívidas, descobri o mundo dos investimentos e das finanças pessoais, comecei a pensar por mim mesma no que eu tinha de informações. Tinha lido muitos livros e feito cursos mas ainda não tinha comprado ações.

Assim sendo, decidi não esperar e comprei minhas primeiras ações. E deu muito certo. No ano seguinte tive boa valorização, 70%, e me senti muito bem. Mas da mesma forma que o pessimismo de 2008 era exagerado a euforia do final de 2009 também era. Minha intuição me disse para vender as ações e realizar os lucros mas lembrei dos meus objetivos de longo prazo e fiquei quieta.

Agora, em maio de 2010, as ações despencaram e continuo quieta, não tenho ordens de stop nem hedge para vender assim que os preços caiam muito. Não. Estou aproveitando para comprar de novo a preços ótimos. Mas devo admitir que a sensação de pânico também me acomete, tenho vontade de vender e ir para a segurança da renda fixa, mas me controlo. As emoções me inundam, sim, sinto o clima tenso, fico chateada com as quedas mas não cedo á tentação. Penso nos meus objetivos e fico firme. Isto não é simples mas com um pouco de paciência dá para fazer.